domingo, 21 de março de 2010

«Faca na Liga» de 21 Mar 10

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Quique e Carvalhal: a mesma luta

O Sporting-Atlético de Madrid só foi possível graças aos técnicos das respectivas equipas dos dois clubes. Carvalhal, que herdou um balneário cheio de minas e armadilhas e dirigido por meninos de copinho de leite a quererem mostrar-se muito homens. Quique, que apanhou um Atletico quase a entrar na zona de despromoção, sem esperança interna e sem qualquer confiança para a Europa. Pois aí chegaram, na 5ª-feira passada: o Atlético, finalista da Taça do Rei, numa zona confortável da tabela, a espreitar lugares europeus; o Sporting, sólido no seu 4º lugar, com os olhos postos na final da Liga Europa e com o estádio de novo cheio, depois de ter menos público do que um gimnodesportivo. A um e a outro treinador se deveu este milagre, independentemente do resultado de 5ª-feira, que não conta nestes jogos de mata-mata. Ambos lutaram com o que tinham na mão e contra tudo e contra todos. Pertenceu a ambos aquela gloriosa noite europeia!

Jesus e a salvação

Jesus faz parte da salvação do Benfica que o cardeal Luís Filipe Vieira, coadjuvado por monsenhor Rui Costa, decidiu empreender para bem dos encarnados. Conhecedor das poeiras dos caminhos desta nossa Palestina, Jesus, Jorge de seu nome cristão, habituado a calcorrear a estrada de Damasco, resolveu arranjar 11 apóstolos de grande nível, com suplentes à altura para as jornadas mais difíceis, e apontar a Terra Prometida à multidão de crentes que há décadas não via o padeiro, depois de ter conhecido o Maná e desfrutado da admiração dos povos. E nesta última quinta-feira lá rumaram a Marselha para a mais difícil missão deste ano, crentes no milagre dos pães mas receosos do tudo ou nada, depois de terem esbanjado, diante dos gauleses, oportunidades que Deus não deixa desperdiçar sem um castigo como foi o sofrimento que todos arrastaram no Velódromo. Enfim, hoje, em Faro, num estádio à beira da ruína, que ora serve para automóveis, ora serve para concertos da uva mijona, lá regressa Jesus aos milagres domésticos, embora estes fariseus não sejam pêra doce!

Não foi um jogo: foi uma “master class”

15 minutos a pé põem-me em frente de Stamford Bridge, o estádio do Chelsea, saindo da casa onde durante 5 anos fui muito feliz. Dantes, demorava mais, a parar pelo caminho, meia “pint” de lager aqui, meia “pint” de "bitter” ali, uma “steak and kidney pie” para entreter o estômago até ao fim do jogo dos “blues”, clube do meu bairro, simpático e a trazer as grandes equipas da Premier League até à beira de Fullham Road, bom ambiente para jantar bem e ver bons filmes no meio de lojas e restaurantes de miúdas giras de King’s Road. Agora faço aquele trajecto de minha casa a Stamford muito mais depressa, com pressa de ver o meu Chelsea. Esta semana, pela primeira vez na minha vida, desejei que o meu Chelsea perdesse porque do outro lado iria estar o general que lhe dera as maiores glórias e é por esse que eu hoje “torço”,pelas suas vitórias e maiores sucessos, como igualmente sofro pelo gladiador Cristiano Ronaldo, a dupla Ronaldo & Mourinho que traz a Portugal as maiores vitórias e único bom nome a nível galáctico que desfruta sem ser do passado, mesmo nos areópagos das artes e das ciências para onde fugiu, procurando refúgio, a nossa juventude de hoje. O Inter-Chelsea foi um grande jogo. Mas principalmente foi uma “master class” de táctica com que todo o mundo aprendeu do Doutor José Mourinho.

Vale e Azevedo, afinal, o quê!?

A Justiça inglesa é serena. Há muitos séculos de democracia e respeito pela pessoa humana, no Reino Unido, apesar de alguns artistas que também já arribaram à sua política. Mas dentro da sua serenidade, acredito que possa haver alguma perplexidade na justiça inglesa com a decisão da justiça portuguesa de descontar três anos de liberdade condicional a Vale e Azevedo, o que faz com que os ingleses olhem para os pedidos de extradição dos nossos tribunais e para esta decisão também dos nossos tribunais e formulem, na sua dúvida sistemática: será que estão a gozar connosco?! Mas sabem que não, pois esta última decisão até vai assinada pelo último Procurador-Geral da República, Dr. Souto Moura, que não tem fama de brincar em serviço. E sempre se olha para um foragido no Reino Unido com outros olhos do que se vê um fugitivo em África ou no Brasil. Vejam a diferença entre o Vale e Azevedo e o Albarran!

Justiça feita a Calisto

O seleccionador de futebol do Vietnam e treinador dum dos mais importantes clubes daquele País, o português Henrique Calisto, que soma o seu prestígio aos do Mourinho, Queiroz, Manuel José, Peseiro, Cajuda e Jaime Pacheco, viu as autoridades do seu país reconhecerem-lhe o mérito e condecorá-lo com uma comenda mais do que merecida pelo bem que junta ao prestígio q1ue Portugal tem naquela região do mundo desde o século XVI.”Master To”, como é carinhosamente tratado no Vietnam, cá já é “Sr. Comendador”.E foi o ministro Amado quem o condecorou! Não foi naquelas atribuições ao quilo, inventadas e distribuidas pelo Sampaio.Fico muito satisfeito, pois julgo ter sido eu quem deu pelo enorme respeito que há no Vietnam por “Master To”,aqui o tendo anunciado.

«24 horas» de 21 Mar 10

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