domingo, 27 de dezembro de 2009

«Faca na Liga» de 27 Dez 09

O orgulho de ganhar à Naval

O Sporting está mesmo mal, oxalá o menino Jesus lhe ponha as melhoras na chaminé! Não é por mais nada, mas ter um técnico novo, contente por finalmente ter ganho um jogo, por uma bola a zero, à Naval Primeiro de Maio da Figueira da Foz, diz tudo o que há a dizer quanto ao estado geral dos leões. Principalmente se Carlos Carvalhal não se coibir, como não se coibiu, de exortar os associados do Sporting a festejarem o momento do antigo clube histórico do futebol português. “Tenho a certeza que os sportinguistas estão orgulhosos”, disse o técnico dos leões que esta época já fora despedido do Marítimo da Madeira. Realmente, ter mais empates que vitórias e já ter perdido com quem menos se espera deve dar um grande orgulho! Por isso é que à histórica vitória na Figueira, por 1-0 assistiu uma multidão de 2800 pessoas, não contando os borlistas e penduras.

Saleiro sob observação

Alguns clubes e agentes europeus continuam a dar atenção a certos jogadores dos campeonatos portugueses. Um deles, entre os mais observados do segundo escalão, é o sportinguista Carlos Saleiro, antigo jogador do Fátima, que parece ter agarrado a titularidade com Carvalhal e que no último desafio antes do Natal, frente ao Naval 1.º de Maio, marcou o único golo da partida e é visto como um excelente asa para Liedson. Saleiro foi visto por observadores do Valladolid, Sochaux, Paris Saint Germain e Wolverhampton, Lá vai o Sporting abichar mais uns tostões.

Carvalhal e Sporting “assaltam” Marítimo

Carlos Carvalhal, o novo treinador do Sporting, parece estar não só a querer ajudar o seu novo clube que treinará, pelo menos, até ao final deste ano, como tenta, por outro lado, vingar-se do Marítimo que o despediu à papo seco ao fim de escassas semanas de campeonato e sem acautelar a sua substituição, acabando, em boa hora, por escolher Michel Van Der Gaag. Pois Carvalhal, agora, lidera o assalto dos leões aos insulares, procurando “roubar-lhes” Babá e Djalma, dois avançados que Carvalhal quer.

Grande David Luís

David Luís é um puto de caracolinhos que faz parte do núcleo dos melhores do Benfica, juntamente com Luisão, Ramires, Javi Garcia e Saviola e Di Maria. Com uma diferença: é um central fabuloso, seguro e correcto a defender e inteligente a jogar e a falar fora do campo. As previsões para o último Benfica-Porto é que a arbitragem iria ser cirúrgica para afastar David Luís do esteio do Benfica, para mais num jogo tão difícil e intenso como foi a partida contra o Porto. Uma vez mais David Luís fez um jogo fabuloso, defendendo, apoiando o ataque, e fazendo a assistência, entre outras diagonais, para o único golo do Benfica, o golo da vitória. Mas a verdade é que cometeu uma única falta, fortuita e viu logo um cartão amarelo. Pois, agora digam lá que não há bruxas! Mas nessa ocasião como numa “flass-interview” David Luís disse ser importante ter a cabeça fria e ser inteligente. Dá gosto ver um miúdo de 21 anos, que joga como ele, a falar assim…

Solidários com Pepe

Bonito ver uma equipa com jogadores capazes de serem solidários com um colega a quem a vida corre mal. Foi o que nos foi dado ver com o Real Madrid cujos jogadores, entre os quais Cristiano Ronaldo, se apresentaram com uma camisola branca sobre o equipamento que dizia, no peito e a letras gordas, ”Ânimo Pepe”. Cá também é capaz de haver isso, mas os clubes é que pensam noutras coisas e não estão para ai virados. Tal como os gestores dos bancos, os directores desportivos são tão bons que só pensam e falam em competitividade. Por isso é que estão falidos e ganham alguma coisa que se vê quando o rei faz anos. A propósito de Pepe: já dobra o joelho!

Mourinho vai armar-se em Durão

Mas não vai ser fácil, por muito que o Special One veja o jogo com naturalidade. Mas como não tem pêlos no coração e o seu profissionalismo se não confunde com sentimentos, o popular treinador português vai ver-se aflito em Londres quando tiver que fazer tudo para ganhar, com a sua equipa de velhos, à sua antiga equipa, dos seus antigos jogadores, do seu antigo clube, no seu antigo estádio, perante os seus antigos adeptos. Mister, não se arme em duro! Aquilo vai custar para caraças…

«24 horas» de 27 de Dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

«Faca na Liga» de 20 Dez 09

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Futre é que sabe!

O nosso antigo e saudoso craque Paulo Futre é que sabe! Ainda no activo, sempre atento ao mundo do futebol e a trabalhar em Madrid onde é uma saudade do Atlético de Madrid, o nosso virtuoso extremo esquerdino, autor de algumas das melhores jogadas individuais do FC Porto, Benfica e Sporting, não deixa de recomendar que se tenha mais cuidado com a inclusão de estrangeiros na selecção nacional, onde já há três brasileiros naturalizados portugueses. Futre sabe o que diz ao afirmar que “daqui a 10 anos talvez não haja um português dentro da selecção, caso se continue com esta política”.Paulo Futre entende que tem de haver um limite,”seja de 3 ou de 4 jogadores”,apelando à Federação Portuguesa de Futebol para impor essa restrição. A viver em Madrid, Futre teme a “descaracterização da selecção”.Diz ele, com receio, que a continuarmos assim, “daqui a 10 anos talvez não haja um português de origem na selecção”.

Os dramas do Sporting

A vitória da União de Leiria em Alvalade mostra bem o estado a que o Sporting chegou. Carvalhal, o substituto de Paulo Bento, bem faz gestos dramáticos no banco, durante os jogos, mas não é por aí que os leõezinhos ficam melhores, bem pelo contrário, confundidos com as saudades da sinalética de Paulo Bento, o histrionismo de Carvalhal e a tragédia que Sá Pinto traz aos ombros, como o Ricardo III, que nem o Al Pacino seria capaz de interpretar melhor. Digamos que o agressor de Artur Jorge também tem boas razões para trazer aquelas preocupações às costas, se pensarmos que desde que ele é o director do futebol do Sporting e o Carvalhal o técnico principal, o Sporting ganhou aos Pescadores da Caparica e ao Vitória de Setúbal, o que é muito poucochinho para quem nos últimos 20 anos conseguiu ser campeão uma vez .

Bettencourt promete que se farta!

José Eduardo Bettencourt, o presidente do Sporting que sucedeu a Soares Franco, Dias da Cunha e José Roquette, originário da banca ibérica, agora de licença no Santander, não pára. Não há casa do Sporting que ele não visite, não há núcleo a quem não discurse, não há sportinguismo que fique por ser visitado, tarefa difícil se pensarmos nas figuras que a equipa e os técnicos “forever” que ele tem arranjado andam a fazer. Depois das casas do Sporting de Norte a Sul do País, Bettencourt passou a transatlântico, visitando agora os sportinguistas da América do Norte, onde o entusiasmo não é menor, apesar do desânimo com que lhes acenam de Lisboa. Talvez para combater esse estado de espírito, Bettencourt não esteve com meias medidas e parecia meio Santana Lopes, meio Sócrates:”O Sporting vai gastar o que for preciso para se reforçar o necessário que o devolva às vitórias e aos triunfos”.Nem mais! Com o dólar a descer e Portugal sem dinheiro para mandar cantar um cego, vamos ver as promessas do homem como se concretizam!

Benfica espiritual

Desde que é guiado por Jesus que o glorioso SLB está cada vez mais espiritual. Não são apenas as graças, as anedotas e a fé mas é também a superstição, a crença e o valor atribuído ao actual treinador dos encarnados. Por isso, não deixou de causar surpresa a contratação de Alain Kardec para novo ponta de lança do glorioso, pois Alain Kardec, como se sabe, é o nome dum velho teórico e praticante do espiritismo, actividade muito considerada e praticada no Brasil, donde provém este novo reforço. O jovem brasileiro foi formado no Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, e jogou no campeonato gaúcho, no que faz lembrar Mário Jardel nos seus bons tempos, com idêntica proveniência. Até no modo de jogar. Kardec é tão parado que lhe chamam “O Tronco”, no que não difere muito de Cardozo. Lá terão o Maxi Pereira e o Schaffer que acertarem no reforço para fazerem tabela e…gooolo! Com mesa de pé de galo Kardec não jogará, mas pode ser que contribua para o “tronco da viúva”!

Machado substituído

Manuel Machado, o treinador do Nacional da Madeira ainda a recuperar duma grave infecção abdominal provocada por uma cirurgia mal executada foi agora substituído, dado o seu estado de saúde e o tempo previsto para o seu completo restabelecimento. Para o seu lugar foi escolhido o sérvio Pedrag Jokanovic, que já treinara o Nacional durante dois anos e que agora se ocupava das equipas das camadas jovens do “Nacional”.Seu adjunto ficará, temporariamente, o técnico José Augusto, que era adjunto de Manuel Machado a quem substituiu nos jogos disputados na Liga e na Liga Europa, onde o Nacional fez uma brilhante figura. Jokanovic desejo as melhoras rápidas de Machado e recordou que pertence aos quadros do clube, pelo que o Nacional “fica a jogar em casa”…
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«24 horas»

domingo, 13 de dezembro de 2009

«Faca na Liga» de 13 Dez 09

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As lições de Master To

Henrique Calixto, o treinador português do campeão do Vietnam e seleccionador nacional da nação vietnamita demorou algum tempo, criou algum “suspense” mas não esteve com meias medidas ao afastar dos convocados algumas estrelas que já não vão participar nos sonhos dos Jogos do Sueste Asiático. Henrique Calixto, carinhosamente tratado por “Master To”, reuniu-se com a equipa à porta fechada e, depois de falar muito a sério com alguns jogadores, deu uma lição de vida a Cao Cuong, o central que é uma das vedetas nacionais, riscando o seu nome da lista dos convocados. Cuong, que é a espinha dorsal do Danang Club, jogara brilhantemente contra a Coreia do Sul, mas isso não bastou para evitar o castigo do treinador português. Cuong faltou a diversos treinos e foi visto na vida nocturna de Danang e Saigão. Calixto não hesitou e transformou o popular jogador num exemplo. O médio Van Khai, outro esteio da selecção, foi igualmente afastado. ”Não sei se o meu contrato será renovado, mas quero dar oportunidade aos jovens que merecem,” explicou o popular técnico português que também tem tido o maior sucesso com o Dong Tam Long Han, o clube do sul que orienta. ”Tenho de dar a oportunidade aos mais novos porque são o futuro. No futebol não há lugar para sentimentalismos. Os que ficam de fora são tão bons como os outros. Mas tenho de obedecer às regras da vida. Os escolhidos são o futuro da selecção nacional”.

O Manuel José do Extremo Oriente

Limitados na sua estreita vidinha nacional, agitados por ciúmes, invejas e frustrações, os portugueses, na sua maioria, não têm a noção dos grandes espaços nem da qualidade de vida que se aufere noutros pontos do globo onde, felizmente, há sempre compatriotas nossos para tal comprovar. Henrique Calixto goza da maior popularidade no Vietnam, país de 86 milhões de habitantes com cidades de grande sofisticação como Hanoi, Hue e Saigão que demonstram a sua cultura milenar. A popularidade de Calixto no extremo oriente faz lembrar a de Manuel José no Médio Oriente e em África. De tal modo que o seleccionador inglês da Tailândia, Steve Darby, diz que para o Vietnam é Calixto que faz toda a diferença. ”É um treinador com longa experiência e um conhecimento profundo do futebol vietnamita, conhecendo bem todo o futebol do Oriente”.

Varela a subir

Varela, o jovem atacante do FC Porto que o Sporting não quis e deitou fora, está a subir de forma de semana para semana, tem tido exibições excelentes e conseguiu já salvar a sua equipa de resultados piores, apesar de ainda não ter recuperado 100 por cento da lesão que o afectou no princípio da época. Varela está motivado pela Champions mas, sobretudo, ainda que o não confesse, pela possibilidade de ser convocado para o Mundial da África do Sul. Silvestre Varela, o leãozinho que não prestava para o Sporting, vai dar muito que falar.

Os 6 meses de Bettencourt

José Eduardo Bettencourt já é presidente do Sporting há 6 meses. Tem uma única vitória: atingir a meta dos 100 mil sócios, apesar de a maioria destes não pôr os pés em Alvalade, desagradado pelo futebol que a equipa pratica, mesmo depois da saída de Paulo Bento, o treinador que Bettencourt apelidava de “Forever”, quatro meses antes de ser despachado “por falta de condições”. A nomeação de Sá Pinto para substituir Pedro Barbosa foi uma homenagem de Bettencourt a Paulo Bento.

As raízes é que são curtas

O relvado de Alvalade parece, às vezes, um campo de cebolas, mesmo na opinião de muitos jogadores do Sporting ali obrigados a jogarem. Dizem uns que a relva nunca prestou, dizem outros que é por causa dos concertos, queixam-se muitos da manutenção. Parece agora ter-se descoberto a principal causa para tão mau relvado. Dizem os silvicultores e outros especialistas que o problema reside nas raízes serem curtas demais, pelo que agora vão proceder a um novo tratamento. Cá estaremos para ver os resultados. Entretanto, rapazes, cuidado com os entorses.

Parabéns e as melhoras!

O Vitória de Setúbal merece os parabéns pelo seu 99.º aniversário. Para o ano, o popular clube de Setúbal, que já foi um dos grandes do panorama futebolístico nacional, completará um século, o que acontece com poucos e é bonito. Mas para além de darmos os parabéns temos de lhe desejar as melhoras – não pela fortuita derrota com o Sporting – mas por muitos dos seus sócios e adeptos terem sido atingidos por uma intoxicação alimentar que assinalou o jantar comemorativo, servido pela empresa de catering TIAS.
A classe de Van Der Gaag

A gente sabe que Van Der Gaag não foi educado em nenhuma C+S de Portugal. Mas nota-se! Ao falar das lesões no Marítimo e no jogo que ia disputar, e sem que ninguém tal esperasse, o jovem holandês disse: ”Quero, em meu nome pessoal, no da equipa técnica e do plantel do Marítimo, desejar todo o sucesso para um colega que está a travar o mais importante jogo da sua vida. Estou a falar do Manuel Machado, pois queremos que volte o mais rápido possível. Queria também deixar uma palavra de fé e de confiança para a família neste momento tão difícil, pois este jogo o Manuel Machado tem de vencer.”Vocês viram por aí outro treinador ou dirigente falar como o Van Der Gaag? Pois é, as C+S fazem muita diferença…
«24 horas»

sábado, 12 de dezembro de 2009

Uma Guerra Desgraçada

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É ENGRAÇADO VER um prémio Nobel da Paz mandar milhares de homens matar e morrer na guerra e exigir aos seus amigos que cometam a mesma barbaridade. Obama não é novidade. Já não caio em enganos, desde que vi Kennedy bombardear o Vietnam e invadir Cuba, Reagan matar em Granada para recuperar a moral da Nação perdida em Hanói e Saigão, e Sampaio a condecorar em Lisboa o magarefe do Panamá, algo de que nem o Cabeça de Vaca teve de se envergonhar. Tudo é possível e tem um preço. Aqui estamos agora para ver o que Obama traz de Cabul. Os discursos do Cairo são bonitos mas não enganam.

O Afeganistão é um País sem Estado, dividido e fragmentado, etnizado e tribalizado em clãs anteriores ao próprio Estado. Para falar do Afeganistão é preciso conhecer sociedades destruturadas, perdidas em costumes ancestrais, instituições inexistentes, faltas de legitimidade, ausência de credibilidade, corrupção desenfreada, desonestidade depravada.

Pastunes, uzbekos, tayikos, turcomanos, chifes e outras etnias a povoar e deambular por este País pedregoso e fascinante, em que só os Pastunes têm poder com as suas alianças.

Sharia ou Democracia parecem uma dualidade possível, mas não é verdade: tudo continuará na mesma, duma forma ou de outra, a divisão em clãs e senhores, o predomínio dos pastunes. Aqui, as regras são simples e arcaicas: pactos entre clãs, ligações e trocas de interesses, reparto das melhores partes, prebendas e impunidades, direitos e abusos. Aqui, a Democracia é um conceito impossível. A islamização é imparável, nem o corrupto Karzai, nosso aliado, poderá detê-la.

No Afeganistão trava-se uma guerra perdida, assimétrica, oculta e silenciada, escondida da comunidade internacional. Os Estados Unidos com a NATO e ainda a Comunidade Europeia estão a perder a guerra e vão ser derrotados.Quarenta e dois (42) países constituem uma força internacional (ISAF) que no Afeganistão trava uma guerra sem estratégia definida, nem ânimo, nem vontade.

Oito anos a semearem o caos, a miséria, o terror, a corrupção, a talibanização continua a cumprir-se. Repetem-se no Afeganistão os mesmos erros do Iraque. Mas nada é igual. No Iraque, havia Estado, havia estruturas, havia um país laico. No Afeganistão tudo se reduz ao perímetro de Cabul. O espaço onde desaparecem os milhares de milhões para reconstruir o país e ajudar um povo perdido em si mesmo numa idade feudal e arcaica que se recusa a passar.

O ópio e a corrupção dão alento nesta pedreira incerta que resistiu a impérios e exércitos que tiveram de ajoelhar-se e retirarem vencidos e humilhados. A História é cíclica mas não é caprichosa. Os que a não entendem não se ficam a rir. Algo neste povo o torna invencível e indomável. Nada vai mudar nesta guerra desgraçada, comandada por um prémio Nobel da Paz.

«Mais Alentejo» - Dez 2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

«Faca na Liga» de 6 Dez 09

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Master To

A SELECÇÃO DO VIETNAM tem como treinador Henrique Calixto, figura que já há tempos é o seleccionador de futebol do simpático país do Sueste Asiático. O prof. Henrique Calixto começou por ser conhecido popularmente, por “Mister”, depois,”Mister To” e agora é o “Master To” (Mestre To). O “mestrado” vem do respeito e simpatia com que as autoridades desportivas vietnamitas e o público em geral apreciam e valorizam o nosso compatriota. To é a terminação de Calixto, que eles pronunciavam acentuando a última sílaba. Assim, em vietnamita, o professor ficou mais amigo e mais carinhoso.

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Portugal em Hanói

O dinâmico empresário FIFA Jorge Mendes foi de férias até Hanoi e logo à chegada não escondia a sua preocupação em encontrar forma de poder ver o Bósnia-Portugal, a segunda mão do nosso “play-off” em que se jogava a nossa passagem para a África do Sul, e que acontecia logo nessa primeira noite do respeitado agente no Intercontinental de sonho dos arredores de Hanói. Valeu-lhe o prof. Henrique Calixto, que Jorge Mendes trata com o maior respeito, e que estava de regresso a Hanói depois do Vietnam ter empatado a zero com a Síria, o que ainda deixava em aberto esperanças no Asean.
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O substituto do “Mini Mourinho”

Mourinho não ficou descalço quando o seu amigo André Villas Boas lhe disse que ia começar a sua carreira a solo na Académica de Coimbra. Amigo do seu amigo, “IL Speciale” deu alguns conselhos, despediu-se do seu jovem pesquisador e analista e telefonou para a Tunísia. Aí, num modestíssimo clube, o Esperance, trabalhava José Morais, o homem que hoje substitui o “Mini Mourinho”(como lhe chamavam no Chelsea) em São Ciro. Morais conhecera e trabalhara com Mourinho no Benfica, durante a curta passagem do “Number One” pela Luz. Humilde e divertido, Morais é hoje encarado como um factor positivo para a boa disposição do técnico principal do Inter de Milão. E nem hesitou em apanhar um avião, passar por Lisboa e rumar a Milão assim que recebeu o convite pelo telefone. A ida de José Morais para o Inter e a reportagem sobre ele a trabalhar com Mourinho em Itália foi uma bofetada de luva branca na imprensa desportiva sueca, que se rira do pouco conhecido treinador português. Quando na Suécia Morais treinou o Assyriska, um modesto clube dos escalões secundários, perguntaram-lhe numa entrevista quem conhecia no futebol e onde trabalhara. Morais, modestamente, disse que trabalhara com Mourinho e estivera com ele no Benfica, o que lhe valeu ser gozado nos jornais suecos até recentemente. Agora, os suecos já foram a Milão fazer uma reportagem sobre o antigo treinador do Assyrisca.Ora toma!
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As nações unidas de Mourinho

Com quem trabalha Mourinho no Inter? Pois imaginem a trabalheira que deve dar esta gente toda! Mourinho trabalha todos os dias com 5 italianos, 4 argentinos, 5 brasileiros,2 eslovenos,1 colombiano,1 austríaco,1 hondurenho,1 francês,1 nigeriano,1 holandês, 1 português,1 sérvio, 1 camaronês e 1 ganês.Nos idiomas, enfim, não será difícil, mas os feitios e as idiossincrasias
é que devem ser de, às vezes, perder a cabeça.
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A mão negra do “Speciale”

Houve quem reparasse na ligadura negra que Mourinho trazia numa das mãos. Com ela, o treinador português procurava usar uma imobilização de dois dedos seus sem sujar a ligadura. Porquê? Fácil, a resposta: José Mourinho partiu dois dedos jogando basquetebol com o seu filho. Dois reparos: Mourinho sabe que faz falta ao filho e encontra sempre que pode tempo para ele.O professor não fica prisioneiro da modalidade em que se celebrizou e gosta e estimula os seus filhos a praticarem outras. Está bem entregue o doutoramento “honoris causa” da FCMH que tanta invejinha rasteira despertou.

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Mourinho por interposta pessoa

Avizinha-se um jogo interessantíssimo para o nosso campeonato da primeira divisão de futebol: o Benfica-Académica! Vai ser Jorge Jesus contra Villas Boas, que é quase o mesmo de Jesus contra José Mourinho, por interposta pessoa. Uma equipa que não se pode atrasar mais e outra que ainda tem muito mais para trepar para lá do que já subiu quando mudou de treinador e foi buscar o “Mini-Mourinho”.Além das picardias do resultado,das diferenças nos orçamentos e nas habilitações dos técnicos, vamos assistir a um interessantíssimo duelo táctico naquela partida onde, para lá dos talentos pode marcar diferença a inteligência.

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A teimosia dos collants

Estou em crer que a história dos collants foi um “fédiver” (como escreve o meu amigo Zambujal) da imprensa desportiva. Que estava um grande grizu, não tem dúvidas pois na BieloRússia, nesta época do ano, não se espera outra coisa. Agora que Jesus seja daqueles machos que quem usar camisola térmica e ceroulas de malha é maricas, não acredito. Acho que aquilo foi uma decisão igual à outra de estarem sempre aos saltinhos na marcação dos cantos. Tem a ver com a psicologia mas também diz respeito à motricidade. Pelo menos, a rapaziada mexe-se mais para aquecer…e quando não há grandes assuntos é uma daquelas histórias que dá um jeitão aos enviados especiais.

«24 horas» de 6 de Dezembro de 2009