Por Joaquim Letria
DIZEM AS REVISTAS da Ciência que quase metade das pessoas que estão mal com a vida, desanimadas, tristes e sem vontade de ir à luta, sem vontade de comer e com falta de apetite sexual, com insónia ou a dormir demais, pouca ajuda recebem da clínica geral. Penso eu que terão ainda menos ajuda no futuro, porque os médicos generalistas cada vez sabem menos conversar.
Os médicos não estão atentos à tristeza das pessoas. Mais virados para as insuficiências renais, hepáticas, glandulares e hormonais, os médicos preocupam-se menos com funções que têm a ver com o estado de espírito e cujo diagnóstico não tem ajuda de TACs ou de Ressonâncias Magnéticas.
-Diga-me uma coisa: é feliz?
Imaginem um médico ou uma médica, nos 10 minutos da consulta, a fazer esta pergunta. Quanta gente se assustaria e iria mentir para responder, sem saber, porque engordou 8 quilos ou perdeu o gosto do emprego.
A prestigiada revista “Lancet”, que um dia destes apanhei na sala de espera dum consultório, garantia naquele seu número dum ano atrasado que 20 por cento dos diagnósticos de depressão estão errados, nuns casos por a verdadeira depressão não ser detectada, noutros por ser outra coisa qualquer. Coisas que parecem mas não são, como a anemia, a disfunção da tiróide, a perda dum ente querido, enfim causas capazes de enganar a ponto de tornar a depressão moda, o que explica a subida da venda dos ansiolíticos e o sucesso laboral da psicologia clínica, que não amedronta e afasta como a psiquiatria ainda consegue por culpa dos preconceitos.
Mas a verdade é que anti-depressivos fantásticos conseguem o regresso do amor próprio e da qualidade de vida a muito boa gente que recorre ao psicólogo ou ao psiquiatra. Pena é que os médicos de família não auscultem as dores da alma, assim como medem a tensão arterial ou mandam fazer electrocardiogramas.
DIZEM AS REVISTAS da Ciência que quase metade das pessoas que estão mal com a vida, desanimadas, tristes e sem vontade de ir à luta, sem vontade de comer e com falta de apetite sexual, com insónia ou a dormir demais, pouca ajuda recebem da clínica geral. Penso eu que terão ainda menos ajuda no futuro, porque os médicos generalistas cada vez sabem menos conversar.
Os médicos não estão atentos à tristeza das pessoas. Mais virados para as insuficiências renais, hepáticas, glandulares e hormonais, os médicos preocupam-se menos com funções que têm a ver com o estado de espírito e cujo diagnóstico não tem ajuda de TACs ou de Ressonâncias Magnéticas.
-Diga-me uma coisa: é feliz?
Imaginem um médico ou uma médica, nos 10 minutos da consulta, a fazer esta pergunta. Quanta gente se assustaria e iria mentir para responder, sem saber, porque engordou 8 quilos ou perdeu o gosto do emprego.
A prestigiada revista “Lancet”, que um dia destes apanhei na sala de espera dum consultório, garantia naquele seu número dum ano atrasado que 20 por cento dos diagnósticos de depressão estão errados, nuns casos por a verdadeira depressão não ser detectada, noutros por ser outra coisa qualquer. Coisas que parecem mas não são, como a anemia, a disfunção da tiróide, a perda dum ente querido, enfim causas capazes de enganar a ponto de tornar a depressão moda, o que explica a subida da venda dos ansiolíticos e o sucesso laboral da psicologia clínica, que não amedronta e afasta como a psiquiatria ainda consegue por culpa dos preconceitos.
Mas a verdade é que anti-depressivos fantásticos conseguem o regresso do amor próprio e da qualidade de vida a muito boa gente que recorre ao psicólogo ou ao psiquiatra. Pena é que os médicos de família não auscultem as dores da alma, assim como medem a tensão arterial ou mandam fazer electrocardiogramas.
«Mais Alentejo» de Outubro 2010
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