quinta-feira, 7 de outubro de 2010

De lágrimas nos olhos

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ACABEI de percorrer diversos caminhos europeus para participar em palestras, conferências, debates e reuniões relacionadas com a paz, as relações inter-religiosas e inter-culturais dos povos, dos seus políticos e dos seus Estados.

Foi um intervalo muito prazenteiro na doméstica rotina das minhas modestas tarefas académicas e no estudo e análise da evolução dos media que me preenche a vida.

Um facto me surpreendeu por não o imaginar a esta escala insuspeita e mostrando claras tendências para o seu agravamento próximo: a actual presença maciça de portugueses a trabalhar no que lhes aparece ou preparados para fazerem o que se lhes oferecer. Com uma incomensurável tristeza e desistência de aqui volverem, olhando para trás sem perdão. Vivia eu na Europa durante a grande emigração dos anos 60. Nada tão triste e desgarrado como agora.

Hoje, os nossos jovens emigrantes estão convictos de que em breve serão ainda muitos mais a espalharem-se pelo mundo fora, desesperados pela vergonha de o mundo inteiro ver Portugal a abandonar os seus filhos desta maneira. A gente fala com eles e ficamos, nós e eles, de lágrimas nos olhos. Isso não se sabe cá.

P.S.- Alguns velhos leitores e amigos celebraram um textinho meu que este blogue reproduziu. Já estou velho e demasiado piegas para mimos desses. A todos, muito obrigado!

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